sábado, 20 de abril de 2013

Nada melhor do que ver um céu estrelado. Sentir-se no universo. Bem longe de todos e tão perto de nós mesmos. Descobri que olhar as estrelas é como se olhar no espelho, nos reconhecemos ali. É como reparar a profundeza do nosso próprio olhar. Em nós há estrelas. As estrelas também carregam um pouco de nós. Percebi que ficar paradinha contando estrelas uma por uma é como contar sonhos. Um por um. O céu é tão cheio de estrelas como nós somos cheios de sonhos. E se não houvesse estrelas, o céu seria uma imensa escuridão. Não muito diferente de nós sem os sonhos. 
Por uns tempos matei meus sonhos, matei minhas alegrias e me deixei morrer aos poucos. E hoje eu estou tão viva! Aos poucos estou me reerguendo como nunca. Me vejo como me via aos 12 anos de idade. Leve como uma folha ao vento e com um brilho enorme no olhar. Ninguém repara, mas meus olhos voltaram a brilhar como antes. Ninguém repara o fato de que eu estou feliz, assim como ninguém reparou que estive na pior fase da minha vida nos últimos meses. Mas algo mudou e eu não caibo mais em mim. Eu quero esbanjar amor. Quero esbanjar alegria. Quero viver enormemente e profundamente. Quero abraçar desconhecidos e beijar muitas bochechas. Eu quero voltar a pular, a correr e a fazer coisas que eu gosto. 
Não sei ao certo onde me encontrei. Talvez nas minhas amigas, talvez na felicidade dos outros, talvez nas pessoas novas que conheci, talvez na minha mania louca de fotografar tudo o que me faz bem, talvez de reparar nos detalhes, talvez de olhar pro céu... ver as estrelas durante a noite ou reparar nas nuvens durante as manhãs.
Não tinha reparado antes, mas na minha sala de aula, há uma pequena janela na porta e eis que dou de cara com o céu azul e com nuvens. É a minha perdição. Eu me perco naquele azul. Não existe fórmula que me prenda, nem teorias, leis ou grandes líderes. Não quero mais saber de nada, apenas de me sentir voando. 
Lembrei que o mais importante é buscar fugir. Sempre. A rotina é triste, é monótona e não dá prazer algum. Viver só faz sentido (pelo menos, algum sentido) quando se repara nas mais pequenas coisas. 
Às vezes, eu sou feliz durante o dia inteiro apenas por causa de um olhar que alguém me lançou. Ou de uma mão que me encostou o ombro. Ou um sorriso contagiante. Ou alguém me despertou algum tipo de interesse no ponto de ônibus.
Mas, Mundo, veja só quem está escrevendo. Reconhece? Sim, é a mesma Fernanda que queria ajudar o mundo e abraçar causas sociais. É a mesma Fernanda que era a palhaça só pelo prazer de ver os outros sorrirem. Caramba, quem diria me sentir tão feliz e tão enorme quanto agora. 
Tchau, maldita tristeza. Tchau, pensamentos destruidores. Tchau, dores no peito. Tchau, escuridão!
E seja bem-vinda, vida. Felicidade. 

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