quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O mistério das cores - Parte II

Uma onda de lembranças a atacou... Lembranças essas que o tempo fez aos poucos que permanecessem como apenas passado. Momentos que ficaram para trás, que foram enterrados no meio de tantas outras coisas enterradas dentro dela. Poucas coisas faziam-na relembrar o que ficou, mas aquelas foram as palavras certas para despertar a nostalgia de sua vida.
Helena desde muito pequena teve dificuldades de relacionamentos e na infância preferia brincar sozinha com suas bonecas e sua caixa de lápis de cor aquareláveis. Morava com seu pai e os dois eram muito apegados. Sua mãe não se sabe ao certo quem é. A abandonou logo após seu nascimento e não voltou a procurá-los. Mas seu pai sempre exerceu um ótimo papel de pai e mãe. Ele era pintor (explicando que o talento é hereditário) e seu ganho diário vinha de sua arte. Era uma pessoa virtuosa e otimista, tentava passar a imagem de que a vida é bela para a pequena Helena, dando sempre motivos para que a pequena sorrisse e nunca deixasse de sonhar. No fundo, ele não era exatamente feliz com a vida que levava, tinha ambições, queria ganhar mais, querida dar melhor qualidade de vida à filha e sem contar com a mania de solidão. Sentia-se sozinho e ainda alimentava o amor pela mãe de Helena. Não se conformava com seu abandono. Aos poucos, por causa da insatisfação com sua vida e consigo mesmo, foi se afundando cada dia mais, piorando toda a situação e o fazendo entrar em depressão. Nessa época, sua filha já estava com 14 anos e já sabia da realidade das coisas, ajudava seu pai e tentava roubar dele o mesmo otimismo que tinha há pouco tempo atrás. Mas nada funcionava, ele estava desmotivado. Para ele, a vida não fazia tanto sentido. Então a vida continuou do mesmo jeito. Ao passar alguns meses, em um dia nublado, numa daquelas idas de todo mês ao supermercado, algo de diferente e que modificaria vidas para sempre, aconteceu. Um crime "perfeito". Assalto à mão armada ao supermercado. Saque de R$3.000 e com três mortes. Sendo uma do pai de Helena. E suas últimas palavras foram: "Minha filha, pena eu ter aprendido tarde que é preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor. Espero que você não comenta os mesmos erros que eu cometi. Eu te amo."  

domingo, 21 de agosto de 2011

O mistério das cores - Parte I

Ela tinha o dom. Ela sabia como desfrutar de suas mãos para transformar um nada em arte. Tinha consigo um pincel, alguns potes de tintas coloridas e uma tela em branco. Sabia da importância de não desperdiçar o pouco que tinha. Artistas, como tudo na vida, precisam de prática, treino e paciência. Mas ela não queria algo grandioso, apenas exteriorizar aquilo que fica preso dentro dela mesma. Quando pouca era a inspiração, jorrava as tintas sobre a tela no compasso da música em que ouvia. E assim ela passava pelos dias, usando as cores como meio de contar sua vida. Não tinha a personalidade fácil, era introspectiva e desconfiada. Sua vida era uma bagunça. Nada, sem que seja sua arte, tinha acabamento. Amores não vividos, amizades sem convivência, saudade que ancorava-a no fundo do mar, não sabia exatamente o que fazer. Não queria permanecer na confusão de sua vida, não entendia sua própria mente e pouco eram os motivos de fazê-la sorrir. Ao mesmo tempo que não queria mudar. Tinha medo de mudanças, pois em todas as vezes que tentou modificar algo, acabou em desespero. Mas seu maior medo não era apenas, que as coisas pudessem piorar, mas que pudessem melhorar. Achava que tudo que é bom demais tem algo a esconder. Mal sabendo que ela está se escondendo de sua própria felicidade. Sua vida era uma eterna rotina. Acordar, ir ao trabalho, voltar pra casa e se trancar em seu quarto, em seu mundinho e pintar. Até que em um desses dias tediosos e iguais, algo de diferente aconteceu. Encontrou um pedaço de papel dobrado simetricamente em um de seus cantinhos de guardar tintas. Um recadinho. Quem poderia ter-lhe mandado? Não conhecia muitas pessoas, e não se envolvia muito com as que conhecia. Talvez tenha sido um engano, mas dentro de sua casa não é possível. E o recado dizia: "É preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor." - Após ler, sua mente quebrou-se em partes. O que já era bagunçado, acabou por se perder ainda mais. Eram peças soltas de um quebra-cabeça. Algo nela não estava como era. Palavras despertaram em seu interior o que a incomodava há tempos. Por muito tempo ela tentava curar o que doía, até esse tão simples recado mexer com tudo e fazer de tudo uma grande indigestão. Uma onda de lembranças a atacou...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Permita-me agradecer. Agradecer por suas palavras e pelos abraços aconchegantes. Eu não imaginava que poderia conhecer alguém que amenizaria a saudade de quem queria por perto. De abraçar não somente a mim, mas também meu coração e acalmá-lo dizendo: Eu tô aqui. Você me fez gostar não somente de você, mas de quem sinto saudade também. Aprendi a aceitar melhor as coisas, e que na falta de um, há sempre outro pra te dar segurança. Eu sei que posso contar com você pra qualquer coisa. Eu posso chorar no seu ombro. Te abraçar forte quando o medo aparecer. E ouvir suas broncas quando preciso. Ouvir coisas que às vezes machucam, mas que abrem meus olhos pro que pode acontecer. Suas palavras sinceras machucam ao mesmo tempo que aliviam. Mesmo sem perceber, você me fez ficar mais forte também. Não chorar por qualquer coisa e perceber que algumas pessoas simplesmente não vão se importar. O seu jeito confuso também me desperta a vontade de ser psicóloga um dia. Além de tudo, você ainda consegue plantar uma sementinha de esperança em mim. Você me faz acreditar que eu sou capaz, só basta que eu queira e que a minha felicidade só depende de mim. Eu quero te ter perto o tempo que a vida permitir.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Por essas andanças e caminhadas da vida, eu fui percebendo que todas as pessoas têm algo a oferecer. Se você tiver tempo, paciência e um pouquinho de atenção, pare para reparar que cada um tem uma maneira de fazer a diferença no mundo. Cada pessoa é única, por mais parecida que seja com tantas outras pessoas. Já me surpreendi com muita gente, já me decepcionei com muitas outras. Eu gosto de saber de cada pessoinha, a sua opinião sobre as coisas. Eu gosto de ouvir aquela pessoa que quase não foi ouvida, eu gosto de ouvir aquele que não diz tudo o que queria dizer. Pois são exatamente essas que pensam muito, e são exatamente essas que sabem muito. Aprender com as pessoas é essencial e perceber que se está aprendendo, é melhor ainda. Talvez uma palavra pode mudar o rumo de uma vida. Talvez um sorriso pode ser a chave que abre várias portas.