sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vivo num mundo ilusório, numa realidade paralela, em algum tempo perdido, em algum lugar desconhecido. Acredito em coisas que não fazem o menor sentido, mas há algo além em tudo o que vejo. Eu realmente acredito que quando se sonha e quando se quer de verdade, acontece. Talvez aconteça em seus sonhos, mas acontece. O que eu considero real pode ser totalmente irreal e louco para os outros. Às vezes me pego atordoada, sem saber ao certo em que acreditar, no que ter certeza, no que eu posso confiar. Às vezes a única coisa que desejo é que os meus pés permaneçam firmes no chão para que eu não perca a cabeça, outras vezes, o que eu mais quero é me desgarrar da verdade e correr rumo ao imaginário. Não sei ao certo o que acontece comigo e com minhas mudanças constantes de opinião e vontades. Hoje quero, amanhã não quero, depois pode ser que eu volte a querer. Minhas ideias e opiniões mudam conforme a maneira como acordo e possivelmente mudarão conforme o decorrer do dia. Algumas pessoas me chamam de sonhadora, outras de pé-no-chão, e eu penso que sou um pouco dos dois, assim como tudo existente. Não consigo me definir em um dos pólos, sou sempre o meio-termo exagerado. Posso me comportar como onda ou como partícula; posso estar viva ou morta; sou a representação humana da física quântica. Sou o desconhecido, sou aquilo que todos perguntam que sentido faz. Sou a mente perturbada, sou as ideias loucas e o sono que te atordoam  nas madrugadas. Sou a brisa tranquila, a maré baixa e o barco a velejar. Sou os medos e as angústias, sou as sensações do mundo, sou sorrisos sinceros. Sou tudo o que você quer longe e ao mesmo tempo perto, bem perto. Sou o peso da consciência e a leveza de se estar bem com a vida. Sou tudo, sou nada. Sou uma contradição e um conflito. Sou aquilo que chamam de estranho.