tag:blogger.com,1999:blog-17965123009630164082024-03-13T08:58:58.986-07:00O Mundo de FernandaFernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-33789465239922017212013-08-18T18:40:00.000-07:002013-08-18T18:40:28.140-07:00<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Acho que de toda a minha existência, a pior comprovação que tenho todos os dias... O maior fardo que tenho que carregar a cada amanhecer é de que eu sou sozinha.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Em um mundo tão grande, com tantas pessoas... Não tem ninguém ao meu lado. Não tenho ninguém para sair comigo numa noite de sábado (e olha que isso não requer nenhum tipo de profundidade no relacionamento...), não tenho ninguém para cantar comigo (eu não sei porque eu quero cantar com alguém, mas...), não tenho ninguém para conversar abertamente sobre tudo, não tenho ninguém para me entender e nos entendermos juntos, não tenho ninguém que não me enjoe profundamente depois de um tempo.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu não quero um namorado.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu não sei nem se realmente eu quero alguém.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu acho que, no fundo, eu quero mesmo é me encontrar. Eu quero mesmo é ser esse alguém para mim mesma. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu sou sozinha por não saber estar comigo mesma. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu me procuro em outras pessoas sem perceber que eu só posso me achar em mim mesma. Quer coisa mais complicada de entender?</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Há alguns meses atrás, resolvi começar uma terapia. Ótimo. Todo mundo sempre quis me colocar numa terapia, porque eu sou vista como problemática na família. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu me questiono todos os dias o motivo de estar indo à terapia todas as segundas. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu não consigo entender porque eu tenho que pagar para ser ouvida, se no espelho do meu quarto ou nesse blog eu falo mais do que eu sinto do que sentada naquele sofá olhando para uma mulher que diz ser minha terapeuta.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu nunca chorei lá.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu nunca sai de lá pensando profundamente sobre algo.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E então... O que eu faço lá?</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ah, conto sobre os meus dias... sobre essas amizades de merda que eu tenho, sobre um garoto e outro, sobre superficialidades.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Mas pergunte se eu já falei sobre todas essas minhas angústias? Só uma vez. E até mesmo a terapeuta ficou angustiada. Foi o mais perto da alma que eu consegui chegar.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Olhando no fundo dos olhos dela, eu penso: Eu não tenho coragem de falar tudo o que eu sinto. E no meio das minhas maluquices eu me questiono: O que ela vai fazer com as minhas confissões? E então eu penso que nunca poderei confiar em ninguém coisa alguma, porque eu sempre acho que a pessoa me fará mal. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E aí eu vou levando a minha vida.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Nessa merda de "não sei em quem contar" misturado com "eu não quero contar coisa alguma para pessoa nenhuma" com um vazio enorme no peito e uma tristeza incurável. Ah, e um amor que só me confunde a mente.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu me amo tanto, eu me admiro tanto e eu sou tão apaixonada por mim... Mas o que me custa então aceitar que eu sou minha e que minha eu sou? Que nós (eu e eu) somos feitas uma para outra? Eu sou incrivelmente necessitada de um "acorda", de um pó de realidade ou seja lá do que for. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu quero me achar.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu quero ser minha própria terapeuta, chegar do meu lado e perguntar "E, então, Fernanda, como você está?"</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E responder da maneira mais clichê possível "Estou bem melhor agora que te encontrei, Fernanda."</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-36887596318359664012013-08-18T18:11:00.001-07:002013-08-18T18:11:46.623-07:00Cansei.<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Hoje, dia 18 de agosto de 2013, eu estou cansada.</span><div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Farta.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu quero novidades. Na verdade, eu nem sei se realmente quero novidades, porque novidades também me cansaram. Porque são sempre a mesma coisa... aquele "uau, eu não esperava por isso, que demais!" e no dia seguinte aquilo já não é novidade e passa a ser coisa antiga. Cansei disso.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E-u n-ã-o s-e-i o q-u-e e-u b-u-s-c-o m-u-d-a-r!!!!!!!!!!!! </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Mas eu sei que preciso mudar.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E QUE MERDA.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E QUE RAIVA.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">JÁ CANSEI DE ESCREVER ESSE TEXTO.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">EU NÃO QUERO MAIS NADA!</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de escrever textos.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada dessa minha escrita sempre tão limpa e tão primitiva.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de querer ser lida.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de querer ser entendida.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de querer ser feliz.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de estar cansada.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de não fazer nada.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de fazer algo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada de ir pro colégio.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou cansada das férias.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Apenas.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estou.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cansada.</span></div>
Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-67605284167355543662013-08-11T10:07:00.000-07:002013-08-11T10:07:56.788-07:00Feliz dia dos pais<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quero começar essa postagem de uma maneira convidativa: Feliz dia dos pais! </span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Agora me questiono: Isso faz sentido para mim?</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nenhum.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há anos eu não vejo o menor sentido em dia dos pais. É mais um dia que se passa em branco. É um dia que eu apenas quero dormir o dia inteirinho só para não ouvir/ler/ver todo esse clichê de "Pai, eu te amo!" ou "Pai, você é o melhor pai do mundo!". Acho ótimo quem ama o pai, quem tem pai e acha que o pai é o melhor do mundo. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas por que tantas obrigações? Por que só podemos ter um único pai? E se esse pai não te representa? Se ele não te liga? Tem que carregar eternamente esse fardo de "eu tenho um pai distante, que eu mal sei quem é"? Mas, olha, eu não aguento isso.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Me lembro de quando eu era pequena e todos os anos faziam festinhas na escola para o dia dos pais, com música, coreografia e mil e um presentinhos. Eu não encontrava sentido em fazer tudo aquilo para encontrar a minha mãe me assistindo. Eu realmente precisava disso?</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As circunstâncias me fizeram encontrar um novo conceito para "pai" e, depois disso, tudo só melhorou. Pai não é o cara que te pôs no mundo, porque isso é fácil. Às vezes, pai não é nem o cara que te cria, porque nem sempre se encontra amor nessa relação. Pai é o cara que você reconhece como pai. É o cara em quem você pensa quando comentam algo sobre pais. É o cara que você adoraria que te levasse ao altar da Igreja quando for casar. É o cara que te ensina coisas novas sobre a vida. É o cara que senta ao seu lado para compartilhar conhecimento, seja ele qual for. É o cara que dá puxões de orelha quando pode. É o cara que fala "vai estudar!". É o cara que você gostaria que passasse o dia dos pais contigo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Depois de muito tempo, eu encontrei um pai. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Muito obrigada. </span></div>
Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-29192567648811599722013-06-01T21:42:00.000-07:002013-06-01T21:42:31.169-07:00<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Alguém,</span><div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu gostaria de começar essa carta dedicando-a a alguém. Aprendi nas aulas de redação que toda carta deve ter um destinatário (e algumas coisas não mudam). O destinatário dessa carta é alguém. Alguém que possa me ler, alguém que esteja pronto para me dar um apoio ou fingir que me entende. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu mal sei por onde posso começar. Eu mal sei se quero começar. Querido alguém, o tempo tem sido meio cruel comigo. Eu não me reconheço. Eu tenho um certo medo do que eu posso me tornar. Acredito que eu sei de mim muito menos do que eu sou, mas de algo eu sei e tenho certeza: sou um universo de possibilidades. De dez caminhos que posso seguir... Posso escolher qualquer um deles. Talvez eu não tenha princípios tão rígidos a ponto de descartar alguns caminhos. Para mim, qualquer caminho é caminho. E isso me assusta de uma forma quase que enlouquecedora. Poderia não pensar no futuro. Tenho uma amiga que vive a repetir "o futuro é agora" e eu sempre respondo "verdade, mas..." e aí me calo. Ela até tem alguma ideia do que quer ser. Ela quer casar, morar numa casa grande, ter cachorro e alguns filhos. Eu até quero isso também, mas eu penso que talvez seja mais divertido ser sozinha. Mas sozinha de uma maneira suja e porca. O mais correto seria: Eu posso ser solitária. Eu sinto que meu futuro será abraçado à solidão. Mas eu não quero a solidão. Penso que será inevitável. Mesmo se eu casar, mesmo se tiver dez filhos e cinco cachorros... Não poderei fugir da solidão. Porque a solidão é algo de dentro, é um conforto que não se recebe e é uma dor que não se cura por coisas externas a si.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Alguém, eu queria fugir do assunto de solidão, mas parece que isso não sai de mim. Eu queria exteriorizar uma outra coisa que me atormenta as noites e a minha própria existência. Tenho sofrido (e quando digo sofrido não é exagero, porque não há palavras para exagerar o meu sofrimento) por saudade. Engraçado que desde o meu primeiro ano, quando eu nem ao menos sabia o que era morte, o que era perda e o que era saudade... eu já era marcada por isso. Vez ou outra a vida acha engraçado me tirar o chão e me fazer sofrer de saudade tantas outras vezes. Por que isso? Eu tento me perguntar se todas as pessoas também sentem a dor da perda e da falta tão à flor da pele quanto eu. Tento me convencer que sim, até perguntar a alguém "você sente muita saudade de alguém? A ponto de te faltar o ar? De arranhar o peito? De querer fugir de si próprio?" e a pessoa responde "Eu não". Mas então... por que eu tenho que passar por isso tantas vezes? Não é a primeira e, infelizmente, provavelmente, não será a última. Quando eu estou muito feliz com alguém, paro pensar que em algum momento isso vai acabar. Que algo de ruim vai acontecer e vai destruir toda a felicidade. Por isso que eu tenho medo da felicidade de se ter alguém ao lado. Porque ele vai sempre embora. Ele vai sempre partir. Ele vai sempre me deixar... sofrendo. Sozinha.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Alguém, eu me sinto muito mal por escrever isso. Não pelos sentimentos, na verdade. Mas por me achar a garota mais idiota do universo. Eu sempre escondo tudo de mim mesma, porque eu me acho uma besta por sentir demais. E de tanto sentir, eu sinto nada. Sou um poço cheio de vazio.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Assinado: Eu.</span></div>
Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-82470240956420142462013-04-20T21:02:00.002-07:002013-04-20T21:02:57.199-07:00<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nada melhor do que ver um céu estrelado. Sentir-se no universo. Bem longe de todos e tão perto de nós mesmos. Descobri que olhar as estrelas é como se olhar no espelho, nos reconhecemos ali. É como reparar a profundeza do nosso próprio olhar. Em nós há estrelas. As estrelas também carregam um pouco de nós. Percebi que ficar paradinha contando estrelas uma por uma é como contar sonhos. Um por um. O céu é tão cheio de estrelas como nós somos cheios de sonhos. E se não houvesse estrelas, o céu seria uma imensa escuridão. Não muito diferente de nós sem os sonhos. </span><div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por uns tempos matei meus sonhos, matei minhas alegrias e me deixei morrer aos poucos. E hoje eu estou tão viva! Aos poucos estou me reerguendo como nunca. Me vejo como me via aos 12 anos de idade. Leve como uma folha ao vento e com um brilho enorme no olhar. Ninguém repara, mas meus olhos voltaram a brilhar como antes. Ninguém repara o fato de que eu estou feliz, assim como ninguém reparou que estive na pior fase da minha vida nos últimos meses. Mas algo mudou e eu não caibo mais em mim. Eu quero esbanjar amor. Quero esbanjar alegria. Quero viver enormemente e profundamente. Quero abraçar desconhecidos e beijar muitas bochechas. Eu quero voltar a pular, a correr e a fazer coisas que eu gosto. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não sei ao certo onde me encontrei. Talvez nas minhas amigas, talvez na felicidade dos outros, talvez nas pessoas novas que conheci, talvez na minha mania louca de fotografar tudo o que me faz bem, talvez de reparar nos detalhes, talvez de olhar pro céu... ver as estrelas durante a noite ou reparar nas nuvens durante as manhãs.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não tinha reparado antes, mas na minha sala de aula, há uma pequena janela na porta e eis que dou de cara com o céu azul e com nuvens. É a minha perdição. Eu me perco naquele azul. Não existe fórmula que me prenda, nem teorias, leis ou grandes líderes. Não quero mais saber de nada, apenas de me sentir voando. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Lembrei que o mais importante é buscar fugir. Sempre. A rotina é triste, é monótona e não dá prazer algum. Viver só faz sentido (pelo menos, algum sentido) quando se repara nas mais pequenas coisas. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Às vezes, eu sou feliz durante o dia inteiro apenas por causa de um olhar que alguém me lançou. Ou de uma mão que me encostou o ombro. Ou um sorriso contagiante. Ou alguém me despertou algum tipo de interesse no ponto de ônibus.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas, Mundo, veja só quem está escrevendo. Reconhece? Sim, é a mesma Fernanda que queria ajudar o mundo e abraçar causas sociais. É a mesma Fernanda que era a palhaça só pelo prazer de ver os outros sorrirem. Caramba, quem diria me sentir tão feliz e tão enorme quanto agora. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tchau, maldita tristeza. Tchau, pensamentos destruidores. Tchau, dores no peito. Tchau, escuridão!</span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E seja bem-vinda, vida. Felicidade. </span></div>
Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-28892520596149075262013-03-21T21:27:00.000-07:002013-03-21T21:27:10.578-07:00<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Você acha que eu sou otária? É óbvio que eu nunca deveria ter aceitado namorar com você. Sempre cheio de galanteios. Sabia que era assim com todas. Aliás, com quantas você já ficou nesses 2 meses que ficamos juntos?</span><div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Mas eu... </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Não, Leonardo. Não precisa falar. Eu sabia! Minhas amigas falaram tanto para mim "ah, ele não serve pra você" e eu, burra, não ouvi. Claro, estava apaixonada e cega. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Mas... - Fui interrompido outra vez.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Você vai querer inventar desculpas? Me esqueça. - Pensei em falar algo, mas sabia que acabaria no "mas" novamente, quando ela começa a falar, não adianta querer discordar.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Ah, agora ficou calado, não é mesmo? Sabe que eu estou certa... Ah, não, agora é sério. Tchau! E quer saber? Quando você vier atrás de mim, eu vou estar muito bem sem você e falarei "Agora não, Leonardo". E você vai chorar sozinho. - Ela bateu a porta da minha casa e se foi. Foi tudo tão de repente e eu não entendi nada. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Mariana? - Abri a porta e gritei. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Leonardo, está tudo acabado entre nós. Não me procure mais! </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E, bom, foi assim então que ocorreu o término do meu namoro que durou apenas 2 meses (apesar dela falar como se tivesse durado uma eternidade). E é óbvio que eu não vou falar que eu sou santo, algo eu realmente fiz. Mas eu queria explicar que não foi por mal e é a minha arte. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>E que arte é essa?</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu desenho mulheres nuas.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>E ela não sabia?</i> </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não. Porque eu não trabalho com isso, é óbvio. Eu faço por lazer e eu nunca mostrei para ninguém. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>Por que mostrou a ela então?</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Esse é o problema. Eu não mostrei. Eu fui comprar pão na padaria e quando voltei, ela estava mexendo nas minhas coisas e encontrou meus desenhos.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>Como você reagiu?</i></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu me senti invadido. Mas não tinha nada a se fazer, então eu perguntei:</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- E aí, Mariana? Tenho talento, não tenho? - E ela me olhou com um olhar terrível.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- Você desenha outras mulheres nuas e eu devo ver isso como talento? Descarado! - E eu realmente fiquei descarado, pela falta de cara com que ela me deixou. Foi então que eu percebi que a Mariana não tinha nada a ver comigo. Como ela teve ciúmes da minha arte? Tudo bem que eu desenho mulheres reais do meu dia-a-dia. Professoras, amigas de faculdade, caixa do supermercado, diarista que faz faxina na minha casa duas vezes ao mês, e outras mais. Mas isso não quer dizer que eu tenha desejo sexual por elas e, muito menos, que eu já as tenha visto nuas. É a minha maneira de exteriorizar a minha admiração pelas curvas femininas, somente isso. Gosto de permitir o lápis deslizar sobre o papel, gosto de deixar minha imaginação criar. Eu observo as mulheres que encontro e imagino como elas devem ser nuas. As curvas são fáceis, já que dá para ver através das roupas. Os volumes também. E o resto... é só imaginar. Eu gosto. Me relaxa e nem por isso eu sou um maníaco ou um descarado (como acha a Mariana).</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>Leonardo, desculpe-me, mas podemos continuar essa conversa na próxima consulta? Já são 19 horas.</i></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Nossa, é mesmo! Como o tempo passou rápido. Até mais, Alessandra. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>Só uma pequena curiosidade... Você já me desenhou?</i></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não, mas obrigado pela sugestão. Boa noite!</span></div>
Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-62908774142976730182013-03-20T20:47:00.001-07:002013-03-20T20:47:49.398-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-K-nTB3s_bqM/UUp2tubh2DI/AAAAAAAAADg/DKW4ZDJZ6dw/s1600/734191_470462863010868_1026699345_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="http://4.bp.blogspot.com/-K-nTB3s_bqM/UUp2tubh2DI/AAAAAAAAADg/DKW4ZDJZ6dw/s400/734191_470462863010868_1026699345_n.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em uma dessas madrugadas chuvosas, eu fiquei perambulando pela casa, com as luzes apagadas e pensando na minha vida. E eu repetia mil vezes mentalmente "Não, Fernanda, tem algo errado. Tem algo muito errado nisso tudo". Mas eu buscava respostas, eu queria entender onde eu estava errando e o que de errado tinha em tudo o que eu estava fazendo, a ponto de eu perder o sentido em tudo o que eu faço. Tinha algo muito errado antes de eu me dar conta, mas deixei crescer e nem ao menos percebi que poderia ser destruidor. Começou com a identificação com personagens problemáticos de filmes e explodiu com a minha mãe reclamando e dizendo que eu estava me destruindo. Mas por quê? Por que todo mundo percebe o que tem de errado comigo e eu não? Parei pra pensar e me questionei durante a madrugada toda. Ao invés de respostas, só ganhei mais dores. Pensei, então, que eu estava enlouquecendo. Mas, não, não estava! Não permitiria que seria algo tão de repente. E aí eu me senti como se estivesse sendo trancada dentro de mim mesma, como se eu apertasse a minha própria garganta e abafasse meu próprio grito. Tentei chorar, já que sempre ouço dizer que chorar alivia. Mas como viver sendo alguém que não chora? Eu simplesmente não consigo chorar quando eu mais preciso liberar lágrimas. E eu me sentia como se alguém tivesse me amarrado uma âncora no meu pé e tivesse me jogado em meio ao alto mar. E eu fosse afundando, perdendo o ar e... morrendo aos poucos. Mas eu repetia loucamente em um ritmo cada vez mais frenético "Tem algo de errado nisso tudo. Muito errado!". Resolvi desabafar. Falei tudo de errado que eu estava sentindo, tentei me explicar os meus próprios motivos em voz alta e calando por motivos que me davam vergonha. Porém permaneci, continuei falando e prometi a mim mesma que eu não chegaria nesse nível novamente tão cedo. Eu sempre busquei paz. Eu sempre busquei ser feliz. Por que, então, dar ouvidos aos meus fantasmas? Deixe-os esquecidos. Fechei os olhos e procurei imagens de pessoas que me fazem bem, de momentos que me dão saudade e de coisas que pretendo viver. E falei pra mim mesma "E por tudo o que eu quero viver, eu me reencontrarei dentro de mim mesma. Porque essa não sou eu. Essa é alguém que eu não reconheço e nem ao menos quero conhecer. Alguém desprezível e extremamente dolorida. E eu não quero dores, não quero tristezas e nem tantas angústias". Fechei os olhos, apertei meu travesseiro e dormi. Depois de pôr tudo para fora, dormi tranquila. Estava leve, estava como uma folha dançando ao vento ou um balão subindo em direção ao céu. Eu me sentia crua e nua. Me senti uma folha em branco pronta para ser pintada novamente e de uma maneira diferente. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acordei, tomei um banho, me perfumei e coloquei um vestido vermelho tão leve que dava vontade de dançar pela rua. Arrumei meu quarto e dei a ele meu toque cor-de-rosa. Organizei meus livros em ordem de tamanho e coloquei meu pequeno rádio para tocar música clássica. Me senti rejuvenescida e livre das amarras que eu mesma criei para mim. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não que os fantasmas não tenham voltado. Eles voltaram. E talvez essa será uma luta mais complicada do que parece, mas eu já sei o que eu quero. E estou no caminho certo. Aos poucos, estou me desprendendo e buscando liberdade de alguma forma. Não quero envelhecer antes mesmo de construir uma vida saudável e botar tudo a perder. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Descobri, então, que ter sonhos é fundamental. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">São os sonhos que te levam para frente quando tudo parece querer te parar. E meus sonhos são pequenos, mas são nobres. Quero um amor para dormir junto, casar de branco e ter três filhos lindos. E, claro, eu quero continuar com meus brilhos nos olhos que perdi por um momento e sorrir. Sorrir como se não houvesse amanhã. Sorrir para o mundo, sorrir porque estou viva e porque eu sou eu. Sorrir, apenas. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E foi isso que me motivou a dar a volta por cima.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Que assim seja!</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-27048995359827695982012-09-03T18:46:00.000-07:002012-09-03T18:46:01.527-07:00<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Certas coisas eu não entendo. E pra ser sincera, não me esforço muito para entender. Porque são valores que eu prefiro não ter. Pra mim as lembranças devem ser respeitadas e, mais que isso, revividas vez ou outra. Eu entendo quando certas coisas morrem, mas não entendo essa regra de que tudo tem que sempre morrer. Eu entendo que eu e você morremos, e morremos há muito tempo atrás. Antes que você fizesse parte do meu passado, você já era meu erro, você já era um morto por entre as coisas vivas da minha vida. Mas relembrando do que nós fomos, forma-se um nó na garganta, no peito e em mim toda. Eu me pergunto o que diabos você fez com tudo isso, se você também pensa em mim ou se você também se faz nós. Eu estou me saindo muito bem sem você. Eu até me esqueci de muitas das coisas entre nós dois. Eu me esqueci o que eu sentia por você, eu me esqueci como era dizer que te amava ou até mesmo como era te amar. Eu esqueci tudo isso. E quando alguém me pergunta sobre você, eu tento me lembrar de como era e pouco consigo lembrar. Mas lembro muito bem das boas lembranças. De como eu cresci e amadureci ao seu lado. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu fui boba. Eu continuei te amando, ou achando que. E você foi um bom jogador, você soube me usar de uma maneira surpreendente. Você beijava meus lábios quando estava sozinho e me ligava quando a noite caia, mas pela manhã, você corria para o colo de outras. E, sabe? Te fiz mancha. Mancha do meu passado. O babaca que você virou, a pessoa tão errada e tão desinteressante não me pertence e eu não quero que eu pertença a alguém tão medíocre. E os meus dias agora estão cinzas. Sim, estão! Mas os seus um dia serão piores. Não lhe jogo praga ou seja lá o que for. Mas eu gosto do senso de justiça. Eu gosto da ideia de que você colhe o que planta. E se você fez tudo ficar horrível pra mim, se você me fez chorar noites e noites, se você me fez ficar madrugadas em claro por causa de um coração partido, se eu me senti caindo num precipício por causa de você, nada mais justo que você sinta isso também. E um dia você irá. Eu não vou ficar sabendo de nada disso, eu não vou saber que você está chorando. Até porque, como diz Marisa Monte: "O que me importa seu carinho agora se é muito tarde para amar você? O que me importa se você me adora se já não há razão para lhe querer? O que me importa ver você sofrer assim se quando eu lhe quis você nem mesmo soube dar amor? O que me importa ver você chorando se tantas vezes eu chorei também? O que me importa a sua voz chamando se para você jamais eu fui alguém? O que me importa essa tristeza em seu olhar se o meu olhar tem mais tristezas para chorar que o seu? O que me importa ver você tão triste se triste fui e você nem ligou?"</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-58328652112239032192012-08-27T21:11:00.000-07:002012-08-27T21:11:10.069-07:00<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Selvagem. </span><div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Assim era Alice. Menina do nome suave. Doce. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ela era selvagem, porém suave como seu nome. Quase não tinha medos, e o único que tinha era de um dia perder sua personalidade por algum beco escuro dessa vida. Mas disso, todos que a conheciam sabiam muito bem que ela nunca perderia. E seria sempre assim. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">A conheci por aí, andando como quem acabou de chegar num lugar onde nunca esteve. Mas ela tinha uma certeza tão clara no olhar, que eu tinha ciência que, por mais "estranha" que ela estivesse, ela não se perderia. Seus cabelos estavam soltos. E de longe, parecia um leão que escapou de um zoológico e anda livremente pela cidade. Aquele loiro que só é dessa cor por causa do sol, porque na verdade é um castanho claro. Naquele dia, ela usava um vestido longo, verde e estampado. O vento batia, e o cabelo se espalhava, e o vestido levantava. Algo naquela menina me despertava um interesse que nunca mais tinha sentido desde o meu passado relacionamento fracassado. Ela não tinha nada parecido com nenhuma das meninas com quem eu tinha me relacionado antes, e isso era fantástico. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu, vestido da maneira mais formal possível, após sair do meu escritório no Centro, naquele inferno... "Talvez eu deva chamá-la pra tomar um café ou talvez comer uma pizza". Ela parou numa lanchonete.</span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Deseja alguma coisa? - Tomei coragem e falei. </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Ela me olhou de cima a baixo e deu uma risada tão delicada e sincera, que... -E você trabalha aqui, é? </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Na verdade, não. </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Então o que te interessa saber o que eu desejo? - Ela perguntou com a mesma fisionomia risonha e desafiadora de antes. </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Porque... talvez eu possa lhe oferecer alguma coisa.</span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Legal! Eu aceito. </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Um café? Um suco? Um pão de queijo? </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Um guaraná natural serve. </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">-Ótimo! </span></div>
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<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">E, logo começamos a conversar sobre o que fazíamos da vida. Eu não entendi muito bem o que ela fazia, parecia ser nômade ou cigana. Não! Ela trabalha com Artes. Na praça, talvez. Não, na praia. Hã? Não entendo nada que ela diz. Ela fala muito, e eu não consigo prestar atenção em nada mais além daqueles olhos penetrantes. Ela parece ter o sol nela. Cheia de vida. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ficamos por muito tempo naquela mesa, até que, subitamente, ela para e fala:</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Eu vou embora.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Mas já?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Claro! Já deu minha hora.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Ah, tudo bem. Foi um grande prazer te conhecer.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Sim, concordo. Que o universo lhe reserve coisas maravilhosas.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Universo?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-É. Poxa, eu esqueci de te falar sobre o que eu penso do universo. Mas não tem problema. Nos vemos amanhã. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Será maravilhoso. Posso anotar seu número de celular? </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Poderia. Mas eu não gosto dessas tecnologias. Não tenho celular. Mas eu apareço aqui amanhã às 18 horas. Pode ser?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Pode.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E assim, da forma mais estranha possível, nós mantínhamos um contato. Me senti vivendo em uma realidade paralela, e às vezes eu me pegava imaginando se aquilo realmente estava acontecendo. Eu me sentia tão em paz com ela. Aquelas viagens que ela fazia, aqueles planos que ela dizia, aquelas ideias loucas que eu sempre quis ter e, ela era, de fato, muito criativa. Nunca me sentia entendiado quando estava com ela. Vez ou outra ela me enfiava no meio de uma floresta qualquer, onde tinha umas cachoeiras e uns riachos que nunca tinha visto na vida. E ela parecia conhecer tudo aquilo como a palma da mão. E eu me sentia livre. Me sentia selvagem. Como um tigre ou um macaco, talvez. Às vezes eu a levava ao cinema para comer pipoca. Nós fomos felizes. Realmente. Até que numa tarde de sábado, no mês de agosto, ela chegou com uma saia longa azul e uma blusa simples branca. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Sabe, vou embora.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Nos vemos amanhã, então?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Não, você não entendeu. Eu vou embora mesmo.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Pra onde?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Não sei. Talvez eu vá pro Hawaii, eu procurei algumas coisas de lá e eu gostei das praias, parece ser divertido surfar por lá. - Ela falou com um brilho no olhar.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Mas... </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Se bem que eu acho que eu vou pra Índia, eu gosto mesmo de lá. Não sei porque, mas eu gosto. Ou vou pra Austrália, me disseram que lá tem canguru. E eu nunca vi um. - Ela abriu um daqueles sorrisos lindos dela.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Você está falando sério?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-É, acho que sim. Legal, né?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-E eu? E nós?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Ué. Você continua sendo você. Eu continuo sendo eu. E nós continuamos sendo nós. Certo?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-É... Então você vai embora mesmo?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Sim. Fiquei aqui por muito tempo. Eu preciso sair dessa cidade grande. Não combina comigo, entende?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-E você vai ficar sempre indo de um lado pra outro?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-É. Como um macaco, que vai de árvore em árvore. Deve ser chato permanecer num lugar só, tendo milhões de oportunidades por aí afora.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Certo... </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-O universo vai te reservar coisas boas. Já lhe disse isso várias vezes.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Eu não ligo pra universo. Eu ligo pra você.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Como não? O universo é uma coisa linda! Você realmente não sabe do que está falando. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Tá bom, então vou casar com o universo.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Não se casa com o universo, seu bobo!</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Nem contigo?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Comigo também não. Eu quero ser livre. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Então... vou sentir saudades. Muitas. - Eu disse enquanto tentava segurar as lágrimas.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Por que você se apega tanto assim?</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Porque eu tenho sentimentos.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Eu também tenho. Mas eu não acredito nisso de posse. Ninguém pertence a ninguém. Nós devemos nos sentir livres. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Só peço para que não se esqueça. De nada.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Posso ser esquecida com muitas coisas, mas eu costumo guardar boas lembranças. Traz bons sentimentos. - Ela sorriu e me deu um beijo. - Estou indo então. Foi bom. Foi tudo muito bom! </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">-Aposto que sim. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E então, ela se foi. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Nunca mais a vi, não sei onde ela está. Se está no Hawaii, na Índia, na Austrália ou na esquina. E isso me angustia um pouco, mas eu aprendi que devemos ser leves e livres. Então que ela seja assim. Uma eterna folha ao vento. Um pássaro. Uma eterna criança. De mágoas não guardei nenhuma, mas guardei todas as lembranças boas de nós dois. E eu espero, que de uma forma ou de outra, ela se lembre de mim. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Alice. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Doce.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Suave.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Selvagem.</span></div>
Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-52908102647333174492012-02-25T12:51:00.000-08:002012-02-25T12:51:14.408-08:00O tempo passa mais rápido do que o tempo que eu paro para me dar conta disso. De um em um dia, passou-se um mês... e de nada adianta. Perdemos nossos dias a toa, como se fôssemos viver para sempre, como se o mundo parasse para nós termos um tempo de descanso. Mas não, nada disso acontece, e o tempo voa. Eu gostaria de abrir os olhos de algumas pessoas e falar: "Acorda, criança, essa é a sua única vida, e o tempo está passando, hoje é hoje e não voltará mais amanhã... Viva e aprenda que é de cabeça erguida que se vive a vida."<br />
Algumas pessoas parecem viver apagadas, e que precisam de alguém com coragem suficiente para sacudi-las e mostrar que tudo é passageiro, e que devemos aproveitar o que temos. Alguém que lhes abrirá os olhos e mostrará que se deve sempre seguir em frente, independente do que possa vir a acontecer. E que não tem motivos de abaixar a cabeça para ninguém, pois você é você, e amor-próprio é o mínimo que se deve ter.<br />
Confie em si mesmo e sempre haverá motivos para sorrir.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-67642998657995562082012-02-24T18:33:00.000-08:002012-02-24T18:33:57.894-08:00Fiz de meu coração, tripas. Sinto como se algo dentro de mim fosse esmagado cada vez mais e mais, e minha vontade de sair gritando e fugir torna-se constante. Algo morreu em mim, porém deu lugar a uma nova situação, a um novo momento. Não que ele seja algo bom, pelo contrário. Agora entendo o desespero de um artista ao falar de amor, agora entendo tudo o que dizem sobre dor e amor, e sua rima e combinação. Sinto-me como se eu estivesse com um profundo buraco em meu peito, como se algo muito importante me foi tirado... e de fato foi. Lembro-me de tudo desde o primeiro momento, infelizmente. Ou felizmente, não sei ao certo. Lembro do cavalheirismo que me conquistou e, não apenas isso, sua aguçada inteligência e aparente maturidade. Sim, eu tinha a impressão quase certeira de que suas atitudes não correspondiam a sua idade. Tornei-me então, admiradora de tudo o que você dizia, e me sentia na vontade de te fazer surpreender com a minha personalidade e inteligência. Eu sabia do que eu era capaz de fazer, e assim o fiz. Não queria me entregar a nada e nem a ninguém, minha alma sagitariana, livre e solta não permitia que alguém pudesse me fazer vulnerável. Mas tão vulnerável quanto todas as outras, me vi apaixonada. E então, quando se está nessa encruzilhada, sabe-se bem que não tem como fugir, e que o único jeito é se entregar... e amar. Seu olhar em encontro ao meu era algo realmente apaixonante. Dava para ver amor, fogos e tudo o que tem direito numa cena perfeita de filmes românticos e bem água-com-açúcar. Comecei a ver sentido nessas coisas tão tolas, e me via sorrindo sozinha, e pensando o tempo todo nesse certo garoto tímido e desajeitado que me despertou interesse. Me sentia insana de fugir de casa, de manter um segredo para ir ao seu encontro, apenas para ver seu olhar apaixonado e admirado com a minha imagem. Tudo em mim estremecia, e sabia que aquilo era amor, apesar de não querer admitir de maneira alguma. E aquele caso que quase era um <i>menage à trois</i>, fez-me assumir os meus sentimentos, e deixá-los claros a quem quer que seja.<br />
Em um certo dia do mês de março, desci as escadas, com uma roupa bem meiga, com um perfume que marcasse aquele momento, e fui ao encontro daquele <i>mystérieux garçon </i>que mexia com a minha seriedade. Sabia que aquele dia não seria apenas mais um dia em minha vida... poderia ser o começo de uma grande história de amor. <i>Ah, l'amour</i>... Uma carta de três folhas, com versos apaixonados, ilustrados por uma letra destorcida, foi essa a lembrança que me restou daquela singela tarde em que meus lábios tocaram os seus pela primeira vez. Algumas lágrimas de felicidade, um teto de vidro e uns idosos a nos olhar estranhamente. Talvez não fosse a melhor imagem a se ter quando se pensa de um momento marcante, mas nós fomos diferentes. Coisas como curvas, clones, carne, idosos e timidez diz muito o que foi aquela tarde. Doce é o amor. Até que o doce se estraga, passa da validade... e nos vemos no hoje. Nos vemos no adormecido amor que aos poucos o vento vai levando... e então, o que me resta é apenas lembranças de um tempo que não voltará. Suas palavras foram se empoeirando dentro de minha gaveta, assim como o brilho ficou no passado, em algum lugar antes do sol se pôr, antes de você cair no sono e antes que as cortinas se fechassem, me fazendo cair aos prantos, com um coração na mão, um lago ao meu redor, e um abismo enorme dentro de mim. <i>Mon petit prince, mon pensieur, mon Peroni. </i>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-43933799311907896132011-12-02T15:00:00.000-08:002011-12-02T15:00:56.081-08:00Vivo num mundo ilusório, numa realidade paralela, em algum tempo perdido, em algum lugar desconhecido. Acredito em coisas que não fazem o menor sentido, mas há algo além em tudo o que vejo. Eu realmente acredito que quando se sonha e quando se quer de verdade, acontece. Talvez aconteça em seus sonhos, mas acontece. O que eu considero real pode ser totalmente irreal e louco para os outros. Às vezes me pego atordoada, sem saber ao certo em que acreditar, no que ter certeza, no que eu posso confiar. Às vezes a única coisa que desejo é que os meus pés permaneçam firmes no chão para que eu não perca a cabeça, outras vezes, o que eu mais quero é me desgarrar da verdade e correr rumo ao imaginário. Não sei ao certo o que acontece comigo e com minhas mudanças constantes de opinião e vontades. Hoje quero, amanhã não quero, depois pode ser que eu volte a querer. Minhas ideias e opiniões mudam conforme a maneira como acordo e possivelmente mudarão conforme o decorrer do dia. Algumas pessoas me chamam de sonhadora, outras de pé-no-chão, e eu penso que sou um pouco dos dois, assim como tudo existente. Não consigo me definir em um dos pólos, sou sempre o meio-termo exagerado. Posso me comportar como onda ou como partícula; posso estar viva ou morta; sou a representação humana da física quântica. Sou o desconhecido, sou aquilo que todos perguntam que sentido faz. Sou a mente perturbada, sou as ideias loucas e o sono que te atordoam nas madrugadas. Sou a brisa tranquila, a maré baixa e o barco a velejar. Sou os medos e as angústias, sou as sensações do mundo, sou sorrisos sinceros. Sou tudo o que você quer longe e ao mesmo tempo perto, bem perto. Sou o peso da consciência e a leveza de se estar bem com a vida. Sou tudo, sou nada. Sou uma contradição e um conflito. Sou aquilo que chamam de estranho.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-62311822708999675272011-11-30T12:17:00.000-08:002011-11-30T12:17:06.178-08:00<img alt="Tumblr_lv84crz01e1qhwnzho1_500_large" src="http://data.whicdn.com/images/18397632/tumblr_lv84crZ01e1qhwnzho1_500_large.jpg" /><br />
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Por esses dias eu tenho estado um pouco cansada do dia-a-dia, das mesmas coisas, dos estudos (principalmente) e dos lugares. Eu tenho estado mais para mim, mais para dentro, mais egoísta. Tenho lido muitos blogs de viagem, visto muitos vídeos de viagens... e que saudade brotou em mim. Saudade da viagem que eu fiz no meio do ano. Ai como foi bom... como eu me encontrei, como eu aprendi coisas diferentes e vi que o meu lugar não é aqui, nem em outro lugar por aí. Meu lugar é meio sem rumo, sem direção, meu lugar é pelo mundo. Meu sonho é colocar nas costas uma mochila, apenas com o básico e sair andando, sair sem pressa e sem tempo para voltar. Sem compromisso e sem medo. Seguir apenas em frente. Andar até chegar na pontinha do Canadá, depois voltar. Pegar um avião e ir para a Europa, andar por lá, descer até à África, andar, andar, andar, depois voltar e conhecer a Rússia, depois descer pela Ásia. Ah, e depois eu pego outro avião e vou para a Oceania, mas claro que não posso deixar de aparecer em Madacasgar, Ilha de Malta, Japão, e outras ilhas por aí perdidas. Sei lá, eu me sinto meio mal de pensar que isso é apenas um sonho. E que eu assim tão pequena não vou conhecer um mundo tão grande. Com tantos becos e ruas sem saídas. É quase impossível. Mas eu como boa sagitariana, não deixo de ser otimista, e penso que eu posso fazer diferente. E um dia quem sabe, esse blog não vire um blog sobre minhas aventuras de viagem? Falando nisso, agora estou nas mãos com o meu caderninho que comprei em Paris no qual escrevi parte das minhas aventuras. Pelo menos todos os dias que passei em Paris. Há vários papéis de notas fiscais, embalagens de balas, tickets de metrô (e são muuuuuuuitos) e muitas entradas de museus. Ah, que lindo! Falando em Paris, eu sinto muita falta de lá. De todos os lugares que passei e conheci, Paris foi o que mais me senti bem. Eu me senti em casa, me senti livre, me senti feliz. Feliz mesmo e não por puxa-saquismo ou algo do tipo. Eu imaginava Paris de um jeito, mas é muito melhor. É quase que inexplicável a sensação que tive ao avistar lá de cima, acima das nuvens, as ruas de Paris, ao descer ver a singularidade das praças e as ruas em torno. Avistar tão distante, a Torre Eiffel, que mais parecia uma formiga. E naquele momento pensar: "É tudo real! Isso tudo existe!"<br />
<img alt="City-couple-dream-kiss-live-favim.com-219088_large" src="http://data.whicdn.com/images/18573486/city-couple-dream-kiss-live-Favim.com-219088_large.jpg" />Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-8494451289498657212011-08-24T18:44:00.001-07:002012-03-09T18:18:43.538-08:00O mistério das cores - Parte IIUma onda de lembranças a atacou... Lembranças essas que o tempo fez aos poucos que permanecessem como apenas passado. Momentos que ficaram para trás, que foram enterrados no meio de tantas outras coisas enterradas dentro dela. Poucas coisas faziam-na relembrar o que ficou, mas aquelas foram as palavras certas para despertar a nostalgia de sua vida.<br />
Helena desde muito pequena teve dificuldades de relacionamentos e na infância preferia brincar sozinha com suas bonecas e sua caixa de lápis de cor aquareláveis. Morava com seu pai e os dois eram muito apegados. Sua mãe não se sabe ao certo quem é. A abandonou logo após seu nascimento e não voltou a procurá-los. Mas seu pai sempre exerceu um ótimo papel de pai e mãe. Ele era pintor (explicando que o talento é hereditário) e seu ganho diário vinha de sua arte. Era uma pessoa virtuosa e otimista, tentava passar a imagem de que a vida é bela para a pequena Helena, dando sempre motivos para que a pequena sorrisse e nunca deixasse de sonhar. No fundo, ele não era exatamente feliz com a vida que levava, tinha ambições, queria ganhar mais, querida dar melhor qualidade de vida à filha e sem contar com a mania de solidão. Sentia-se sozinho e ainda alimentava o amor pela mãe de Helena. Não se conformava com seu abandono. Aos poucos, por causa da insatisfação com sua vida e consigo mesmo, foi se afundando cada dia mais, piorando toda a situação e o fazendo entrar em depressão. Nessa época, sua filha já estava com 14 anos e já sabia da realidade das coisas, ajudava seu pai e tentava roubar dele o mesmo otimismo que tinha há pouco tempo atrás. Mas nada funcionava, ele estava desmotivado. Para ele, a vida não fazia tanto sentido. Então a vida continuou do mesmo jeito. Ao passar alguns meses, em um dia nublado, numa daquelas idas de todo mês ao supermercado, algo de diferente e que modificaria vidas para sempre, aconteceu. Um crime "perfeito". Assalto à mão armada ao supermercado. Saque de R$3.000 e com três mortes. Sendo uma do pai de Helena. E suas últimas palavras foram: "Minha filha, pena eu ter aprendido tarde que é<span style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"> </span><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor. Espero que você não comenta os mesmos erros que eu cometi. Eu te amo."</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span"> </span> </span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><span style="background-color: #141414;"></span></span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-21356629708323546902011-08-21T16:48:00.000-07:002011-08-21T16:51:59.616-07:00O mistério das cores - Parte IEla tinha o dom. Ela sabia como desfrutar de suas mãos para transformar um nada em arte. Tinha consigo um pincel, alguns potes de tintas coloridas e uma tela em branco. Sabia da importância de não desperdiçar o pouco que tinha. Artistas, como tudo na vida, precisam de prática, treino e paciência. Mas ela não queria algo grandioso, apenas exteriorizar aquilo que fica preso dentro dela mesma. Quando pouca era a inspiração, jorrava as tintas sobre a tela no compasso da música em que ouvia. E assim ela passava pelos dias, usando as cores como meio de contar sua vida. Não tinha a personalidade fácil, era introspectiva e desconfiada. Sua vida era uma bagunça. Nada, sem que seja sua arte, tinha acabamento. Amores não vividos, amizades sem convivência, saudade que ancorava-a no fundo do mar, não sabia exatamente o que fazer. Não queria permanecer na confusão de sua vida, não entendia sua própria mente e pouco eram os motivos de fazê-la sorrir. Ao mesmo tempo que não queria mudar. Tinha medo de mudanças, pois em todas as vezes que tentou modificar algo, acabou em desespero. Mas seu maior medo não era apenas, que as coisas pudessem piorar, mas que pudessem melhorar. Achava que tudo que é bom demais tem algo a esconder. Mal sabendo que ela está se escondendo de sua própria felicidade. Sua vida era uma eterna rotina. Acordar, ir ao trabalho, voltar pra casa e se trancar em seu quarto, em seu mundinho e pintar. Até que em um desses dias tediosos e iguais, algo de diferente aconteceu. Encontrou um pedaço de papel dobrado simetricamente em um de seus cantinhos de guardar tintas. Um recadinho. Quem poderia ter-lhe mandado? Não <span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">conhecia muitas pessoas, e não se envolvia muito com as que conhecia. Talvez tenha sido um engano, mas dentro de sua casa não é possível. </span>E o recado dizia: "É preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor." <span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">- Após ler, sua mente quebrou-se em partes. O que já era bagunçado, acabou por se perder ainda mais. Eram peças soltas de um quebra-cabeça. Algo nela não estava como era. Palavras despertaram em seu interior o que a incomodava há tempos. Por muito tempo ela tentava curar o que doía, até esse tão simples recado mexer com tudo e fazer de tudo uma grande indigestão. Uma onda de lembranças a atacou...</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-57675246753129892092011-08-12T16:48:00.000-07:002011-08-12T16:48:13.556-07:00Permita-me agradecer. Agradecer por suas palavras e pelos abraços aconchegantes. Eu não imaginava que poderia conhecer alguém que amenizaria a saudade de quem queria por perto. De abraçar não somente a mim, mas também meu coração e acalmá-lo dizendo: Eu tô aqui. Você me fez gostar não somente de você, mas de quem sinto saudade também. Aprendi a aceitar melhor as coisas, e que na falta de um, há sempre outro pra te dar segurança. Eu sei que posso contar com você pra qualquer coisa. Eu posso chorar no seu ombro. Te abraçar forte quando o medo aparecer. E ouvir suas broncas quando preciso. Ouvir coisas que às vezes machucam, mas que abrem meus olhos pro que pode acontecer. Suas palavras sinceras machucam ao mesmo tempo que aliviam. Mesmo sem perceber, você me fez ficar mais forte também. Não chorar por qualquer coisa e perceber que algumas pessoas simplesmente não vão se importar. O seu jeito confuso também me desperta a vontade de ser psicóloga um dia. Além de tudo, você ainda consegue plantar uma sementinha de esperança em mim. Você me faz acreditar que eu sou capaz, só basta que eu queira e que a minha felicidade só depende de mim. Eu quero te ter perto o tempo que a vida permitir.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-25422604311358962092011-08-10T16:58:00.000-07:002011-08-10T16:58:53.449-07:00Por essas andanças e caminhadas da vida, eu fui percebendo que todas as pessoas têm algo a oferecer. Se você tiver tempo, paciência e um pouquinho de atenção, pare para reparar que cada um tem uma maneira de fazer a diferença no mundo. Cada pessoa é única, por mais parecida que seja com tantas outras pessoas. Já me surpreendi com muita gente, já me decepcionei com muitas outras. Eu gosto de saber de cada pessoinha, a sua opinião sobre as coisas. Eu gosto de ouvir aquela pessoa que quase não foi ouvida, eu gosto de ouvir aquele que não diz tudo o que queria dizer. Pois são exatamente essas que pensam muito, e são exatamente essas que sabem muito. Aprender com as pessoas é essencial e perceber que se está aprendendo, é melhor ainda. Talvez uma palavra pode mudar o rumo de uma vida. Talvez um sorriso pode ser a chave que abre várias portas.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-19154262254242343112011-07-01T19:29:00.000-07:002011-07-01T19:31:43.173-07:00Talvez um caféEu reconheço esse olhar. Eu já te vi antes. Não me lembro onde, muito menos quando, mas tenho certeza que te conheço. Não sei se dessa vida, se é que realmente existem vidas passadas. Mas nada me tira da cabeça que os seus olhos já trocaram olhares com os meus. Sim, sim! Oui, oui! Eu reconheço esses seus olhos grandes e com um formato singular, não consigo descrever com apenas palavras a perfeição dos detalhes de seus olhos e muito menos do formato que faz O charme. Mas algo nele me faz querer penetrar em seu interior só pra desvendar os mistérios que, sem sombra de dúvidas, você esconde. Seu olhar parece fazer saudação a minha alma. Há algo de muito profundo nisso tudo, e que muito me instiga. Algo em seu olhar é triste, sinto-me maluco ao dizer isso de uma mulher com o jeito tão refinado e que abre um sorriso daqueles de iluminar o mundo. Mas com certeza há algo de triste. Uma solidão talvez. Ou será uma decepção? Pode ser o amor... todo mundo sofre por amor. Não, não, você parece ser um pouco mais. Talvez seja a perda de alguém que muito amou... é, pode ser. Ou não. Pode ser insegurança ou simplesmente, descontentamento com a vida. Posso tomar coragem então?<br />
-Seria muito indelicado de minha parte perguntar seu nome?<br />
-Seria até muito delicado.<br />
-Então... como se chama? - Desculpe-me pela minha falta de jeito com mulheres.<br />
-Clarice. Mas tem certeza de que não nos conhecemos?<br />
-Não, não tenho certeza.<br />
Depois dessa minha resposta tão imbecil, você abriu o mais lindo sorriso que já vi brotar em lábios femininos antes.<br />
-Mas eu quem sou indelicada, como é o seu nome mesmo?<br />
-Lucas. Um café?<br />
Foi com essa pergunta terrível, que começamos então a iniciar uma conversa por horas, uma amizade por anos e um amor que eu realmente espero não terminar nunca.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-30661140770303481532011-06-05T17:51:00.000-07:002011-06-05T17:51:12.945-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Ph7WF8rJS9Q/TewhXZd-EMI/AAAAAAAAABU/kJ5j2PUCw2s/s1600/OgAAABTGD7EdHWL-I3py9ptYhUy0_2NljerJP3WVLKl-GyjZuRam17j_jdnnFYt8IbqesBq_7e6MBsZ8JSfqzrPATWIAm1T1UL2xvACeayN0RwhbwjX122iMhQr3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="277" src="http://1.bp.blogspot.com/-Ph7WF8rJS9Q/TewhXZd-EMI/AAAAAAAAABU/kJ5j2PUCw2s/s400/OgAAABTGD7EdHWL-I3py9ptYhUy0_2NljerJP3WVLKl-GyjZuRam17j_jdnnFYt8IbqesBq_7e6MBsZ8JSfqzrPATWIAm1T1UL2xvACeayN0RwhbwjX122iMhQr3.jpg" t8="true" width="400" /></a></div>Vem cá, amiga(o), segure a minha mão. Deixe-me mostrar algumas coisas que aprendi com a vida. Deixe-me que eu te ajude, que eu tente tirar um pouco o peso que carrega em suas costas. Lembre-se que duas pessoas é sempre melhor do que apenas uma. Lembre-se também que eu vou estar ao seu lado sempre que precisar. Quando chorar, vou dar-lhe um abraço para que o sofrimento se vá por inteiro. Quando sorrir, vou dar-lhe mais alguns motivos para que dê aquelas belas gargalhadas. Quando a saudade apertar, me ligue e vou tentar reconfortar. Quando apenas quiser conversar ou contar da vida, ligue-me. Quando se sentir pequena demais, lembre-se de que todo mundo é pequeno demais, mas isso não quer dizer que cada pessoa não tenha um papel importante para a humanidade. Não importa em que circunstância esteja, lembre-se que você tem alguém. Alguém com quem pode confiar. Alguém que não quer te fazer mal, pelo contrário. Alguém que está disposta a não soltar a sua mão. Alguém que te diga: "Amiga(o), estou aqui, por mais que eu seja muito pouco, eu sou alguma coisa. Alguma coisa que quer, apenas, te ver feliz".Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-76632790281435352612011-06-01T19:01:00.000-07:002011-07-01T18:56:19.945-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-g7mUiHQoaLc/TeburMlgWQI/AAAAAAAAABM/Q9IJgfVgVCA/s1600/OgAAAC5m_1dJkcIuIvO_XxJpxiNKbkuZiX2OrIlF1tEUyoxWYkjAD2rOnAco_gohXtnzo5gOmuE-D-jlhoph3leI60sAm1T1UMQa6xM9hjtZMwOlsU1bty2otokG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://1.bp.blogspot.com/-g7mUiHQoaLc/TeburMlgWQI/AAAAAAAAABM/Q9IJgfVgVCA/s400/OgAAAC5m_1dJkcIuIvO_XxJpxiNKbkuZiX2OrIlF1tEUyoxWYkjAD2rOnAco_gohXtnzo5gOmuE-D-jlhoph3leI60sAm1T1UMQa6xM9hjtZMwOlsU1bty2otokG.jpg" t8="true" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Não sei o que exatamente está acontecendo comigo. Nada está como deveria está, se é que as coisas têm um jeito certo. Só sei que eu não estou me entendendo. Não estou conseguindo entender as confusões em meu interior, os nós que formam emaranhados gigantescos em minha mente, e aquele sentimento vazio. Sinto-me vazia. Não totalmente vazia porque minha cabeça dói por ter tanta coisa gritando dentro de mim. Não sei. Estou me sentindo fria. Gelada. Mas na verdade, eu acho que só preciso de alguém que possa me aquecer. Não apenas me aquecer doando-me um cobertor, mas me emprestando a sua companhia. Ah, como seria bom se tivesse alguém aqui. Mas como não tem, eu corro. Corro de mim mesma, corro do mundo, dos outros. Eu tento achar um lugar distante, distante de meus problemas e de minha mente perturbada. Tento encontrar nos sorrisos alheios aquilo que me falta. Tento encontrar abrigo nos olhos de alguém. Tento me aproximar de pessoas que não me interessam pra ver se me sinto menos sozinha. Até porque eu não sei onde estão as pessoas que me interessam, do jeito que eu estou, duvido que alguém realmente me interesse. Todo mundo é bobo, infantil e sem graça. Eu preciso de um refúgio. Um lugar onde eu possa me sentir mais completa, mais viva, mais...porra nenhuma. </div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-81916953915653878022011-05-28T09:41:00.000-07:002011-12-02T16:45:50.673-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-BZg-GrzTFw8/TeEgWY50-mI/AAAAAAAAABA/Qqqhw7YPzFk/s1600/OgAAAE8tscSxyprPdx8oz-nQo-l0A3ZCJ3gum89wCUQz6nbM7VT_2fjdQp0vlLIlMbGLMf27zZZe4ue4YTA3hAE2oLQAm1T1UA5PKcPdgkuhNQxJBukLoMfBu_3h.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="http://3.bp.blogspot.com/-BZg-GrzTFw8/TeEgWY50-mI/AAAAAAAAABA/Qqqhw7YPzFk/s400/OgAAAE8tscSxyprPdx8oz-nQo-l0A3ZCJ3gum89wCUQz6nbM7VT_2fjdQp0vlLIlMbGLMf27zZZe4ue4YTA3hAE2oLQAm1T1UA5PKcPdgkuhNQxJBukLoMfBu_3h.jpg" t8="true" width="400" /></a></div>Hoje eu acordei com uma vontade sobrenatural de fazer de algum momento inesquecível. Acordei com uma vontade perturbadora de fazer algo novo. Acordei querendo mais emoção, mais sentimento, mais cor, mais música em minha vida. Acordei com uma sensação de leveza. Não, não estou pensando em um momento inesquecível do tipo encontrar um amor pra vida toda. Não. Eu quero um momento daqueles em que estou sozinha, abraçando a solidão, como se fosse uma grande amiga. Só eu e eu, num lugar quase deserto. Onde eu posso extrapolar, onde não há limites, e eu posso explorar tudo, posso viver do jeitinho que eu quero. Eu quero esse momento sozinha, mas talvez com um pintor que possa reproduzir em uma tela a emoção de me ver voar. Sim, é exatamente isso que desejo. Desejo voar. Voar, voar, voar. Quero sentir meus pés soltos no ar, melhor, eu quero não sentir meus pés. Quero sentir aquele frio na barriga típico de quando desafiamos a aceleração da gravidade. Eu quero ver de cima tudo o que estou acostumada a ver sempre da mesma maneira. Eu quero novas perspectivas. Eu quero novas visões. Eu quero sentir algo que desafie a mim mesma. Estou cansada da mesmice de todo dia. Tédio, compromissos, responsabilidade. Mas eu tento permanecer acesa a chama de querer ser muito feliz. De ficar <em>off </em>do mundo, de não me importar com os esteriótipos, com regras, com dinheiro, com pessoas, com críticas, com nada. Pois o que eu mais quero é voar. E eu sei voar, sei muito bem, sei exatamente a sensação, já sonhei com isso várias vezes, só falta mesmo o momento em que eu poderei pôr em prática todo o meu conhecimento de como pilotar a mim mesma. E me perdoe quem não tem sonhos, mas eu vou realizar o meu "impossível". Agora feche os olhos e imagine-se perto, bem perto das nuvens, e longe, bem longe do chão.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-32268272103953462052011-05-23T17:59:00.000-07:002011-05-23T17:59:50.796-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-qsJgQ5rfFTI/Tdr2VhTU2_I/AAAAAAAAAA8/HbtkpZVSSgA/s1600/TEMA_-%257E1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" j8="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-qsJgQ5rfFTI/Tdr2VhTU2_I/AAAAAAAAAA8/HbtkpZVSSgA/s1600/TEMA_-%257E1.JPG" /></a></div>Sentada naquele píer que era onde sentávamos para sonharmos de vida, me lembrei de você. Me lembrei de todos os momentos que passamos naquele mesmo lugar. Não pude me esquecer daquele bloquinho que eu sempre carregava em minha bolsa, para escrevermos todos os sonhos que fazíamos juntos. Eu sempre achei genial a sua maneira de imaginar as coisas. Você acreditava tanto que me fazia acreditar tanto quanto você, por mais impossível que fosse. Senti aquele cheiro tão único do mar, aquele vento forte batendo em meu rosto e em meus cabelos, o barulho dos motores das lanchas e das velas dos veleiros panejando, o movimento das ondas e o gosto de sal da água do mar. E que doce foram as lembranças que me vieram à mente. Daquela época da infância que corríamos no píer por entre os barcos atracados e brincávamos de pique-esconde dentro de alguns deles. Mas penso eu que o momento mais marcante da nossa juventude "marítima", foi quando nos beijamos pela primeira vez, antes de você se mudar pra tão longe. Nós pegamos um barco escondido. Não consigo me lembrar ao certo que barco era, mas lembro que era a remo e tinha uma âncora tão grande e pesada que quase adernava o barco. Nem nos importamos com os problemas que aquilo poderia nos causar, éramos tão jovens e pouco nos importava as consequências de nossos atos, mas tenho consciência do quanto fomos imprudentes. Pulamos no barco de madeira, cada um em um bordo, tentando sicronizar o movimento dos remos. Fomos em direção ao vazio, ao desconhecido, não queríamos enfrentar mares ou dar à volta ao mundo, só queríamos nos distanciar o máximo que conseguíssemos. A maré estava alta e o vento fraco -sorte a nossa-. Quase não se via rajadas e o mar estava calmo e silencioso. Ficamos à deriva. De propósito. E então ficamos olhando um ao outro, conversamos um pouco, silenciamos logo depois. Até que você me roubou um beijo. O meu primeiro beijo, e foi logo com quem eu mais admirava no mundo. Permanecemos no mesmo lugar por horas, dormimos, acordamos, rimos, eu te joguei no mar, você me puxou pro mar e ficamos brincando de jogar água no outro. O sol estava se pondo e decidimos voltar antes que nossa ausência fosse notada e antes que sua mãe, sempre tão apavorada, chamasse a polícia para nos buscar, esteja onde estivessemos. Mas acho que o vento estava realmente ao nosso favor, pois de uma maneira quase que milagrosa, secou nossas roupas antes de chegarmos. Ah, quanta saudade sinto de você, meu pequeno príncipe.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-363749752107529892011-05-08T18:07:00.000-07:002011-12-02T16:46:45.372-08:00Feliz Dia das MãesMãe querida,<br />
<div>Sei que não lerá esse texto, pois eu não pretendo mostrá-lo a você. Não agora. Mas talvez você já tenha descoberto que eu criei um blog e resolva sempre dá uma visita sem que eu saiba. Na verdade, não me interessa saber se você lerá ou não. O que importa pra mim, é que eu vou dedicar todo este post a você. Vou dedicar não somente por você ter me tido e ter me carregado dentro de si durante 9 meses, mesmo que eu saiba que este seja um motivo e tanto. Eu dedico por tudo o que você fez e faz por mim. Por todos os momentos que passei ao seu lado e a todas as vezes que me apoiou, me deu broncas, ficou comigo, me viu chorar, me viu sorrir, lutou por mim, brigou por mim, deu tudo o que podia e o que não podia para me ver sempre bem, buscou sempre fazer o melhor pra nós duas. Eu adoro o seu jeito. Eu não te digo isso, a propósito, você acha que eu não te admiro e fica sempre tão tristinha quando pensa que eu te acho uma boba. Mas não. Você é tudo o que tenho de mais precioso. Você merece todo o meu amor e todo o meu carinho, e tudo o que conquistei eu devo a você. Eu realmente agradeço por nunca ter desistido de mim e por ser uma mulher tão forte e batalhadora. Você luta por aquilo que quer, você tem objetivos e tenta chegar até eles. Você é muito determinada, mamãe, mas ao mesmo tempo é cheia de inseguranças e medos. Talvez nem você saiba que tem, mas eu percebo. Você, ao mesmo tempo que sabe o que quer, sempre tem uma dúvida, uma questão em suas afirmações. São discretas, passam quase que despercebidas, mas ainda sim não são nulas. Esse seu jeito me irrita muitas vezes. Não consigo nem contar quantas vezes você me tirou do sério por esse seu jeito de não saber ao certo o que quer. Esse seu jeito tão "mas", "e se". Esqueça, mamãe. Se você quer, é isso e pronto. Você é um dos motivos de minhas dores de cabeça. Seus gritos, seu estresse, seu mau-humor, sua inquietude, seu jeito extremista de ser. Seu jeito taurina de ser. Mas ainda sim, consegue ser uma mulher maravilhosa. Suas histórias são sempre engraçadas. Essa sua mania de amar sempre. O tempo todo. Além de ser uma grande sonhadora. Você é tão avoada, ao mesmo tempo que é tão pé-no-chão. Em questões amorosas, você é um problema, é sempre cheia de dúvidas e cheia de teorias, e então eu quem tenho que interferir e muitas vezes abrir seus olhos. Claro que não me escuta sempre, mas o que eu falo faz você pensar, tenho certeza. Mãe, eu adoro ser sua amiga. Eu gosto quando você me conta os seus problemas e sonhos e eu te ajudo com meus conselhos, que são sempre tão realistas e que às vezes te faz ficar com uma cara decepcionada, mas no fundo, sei que concorda comigo. Desculpa, mãe, mas eu não vou permitir que você seja iludida. Eu quero as coisas bem claras, e assim como você faz comigo, eu também quero te defender de tudo. Eu te admiro por sempre ter garra de lutar por aquilo que quer. Por trabalhar desde cedo e sustentar a sua família, que sou eu. Sei que passamos por problemas financeiros, mas eu sempre confiei que você superaria e que conseguiria se reerguer, porque você sabe muito. E eu não errei. Você foi e mostra até hoje a ótima profissional que é. Você não tem medo de nada, mãe, segue em frente e dá a cara à tapa. Diz o que acha que é certo e assume o que disse. Enfrenta seus problemas e sempre tenta resolvê-los da melhor maneira possível. Usando sempre a logística da melhor maneira possível. Lembro que todos os dias das mães na minha infância, nós passávamos no escritório. Você trabalhando e eu brincando nos sites de jogos. Pedíamos comida do China in Box ou então esquentávamos uma lasanha. Era bobo, mas estar com você já mudava tudo. Sua companhia sempre foi insubstituível pra mim, a sua presença na minha vida é tudo o que eu mais preciso. Sempre. Você me mostrou o lado bom das coisas, e me ajudou a superar a ida do meu pai. Você com o seu jeito: "eu estou aqui, e eu vou sempre estar com você, não sofra". Realmente, nós passamos por muitas coisas juntas, aliás, toda a minha vida. Quase todos os melhores e piores momentos da minha vida, você esteve comigo. Você é uma mãe coruja, sim. É possessiva, sim. É egoísta, sim. É super protetora, sim. Mas eu sei que no fundo você tem medo de me perder e odeia me ver triste. Poucas foram as vezes que te vi chorar, mas quando te vi, eu sofri muito. Porque o seu choro é tão desesperado e ao mesmo tempo tão discreto. Sei que quando uma lágrima sai de seus olhos é porque chegou ao seu limite, nem mesmo quando você entrou em depressão ao se separar do meu pai, eu te vi chorar. Não que você não tenha chorado, mas você nunca quis que eu visse. Porque como sempre, você quis me proteger e me mostrar que tudo estava em seu devido lugar. Obrigada por ser assim, mãe. Por sempre ter cuidado e ao mesmo tempo sempre mostrar como a vida é realmente. Suas lições e conselhos podem não ser os melhores, mas tem uma certa sabedoria em todos eles. </div><div>Mãe, eu tenho muito mais a falar e a agradecer a você. E muito a dizer que não é assim tão bom. Mas é apenas um post, não uma vida. E eu queria lhe dizer que você é TUDO pra mim. Não é aquela típica frase que todos os filhos dizem pras mães em seus dias, é porque você REALMENTE é. Eu devo tudo, tudo, tudo a você. Eu sei que falo mal de você muitíssimo e te critico o tempo todo, mas isso é porque eu te amo. Eu não sei demonstrar as coisas muito bem. Mas sim, eu te amo e muito. <3<br />
De sua filha, Fernanda.</div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-16449821842484825792011-05-07T07:43:00.000-07:002011-05-07T07:50:40.562-07:00Como uma folha ao ventoEla se sentia como uma folha. Uma folha que por causa do vento forte, se desprendeu de seu caule. Era levada para outros lugares, outros ambientes, sem que fosse pra onde pertencia. Ela se sentia como uma folha que precisa estar em seu lugar de origem para que possa sobreviver, mas que não permaneceu lá, e agora luta pra conseguir se manter viva. Sente-se tão fraca, tão perdida, tão sem rumo e sem ter o controle sob seu próprio corpo. Sua mente viaja para lugares tão longes e tão reais. Seus pensamentos se confundem com a realidade frequentemente. Sua memória anda fraca. Não se lembra ao certo o que fez ontem, pois talvez ela não tenha feito nada realmente, apenas seguiu a rotina na qual já se acostumou. Sua vida parece tão vazia e sem sentido. Mal sente seus pés no chão, mas sente muito bem o vento batendo em seu rosto. Ela não entende porque tanto barulho, tanto tumulto, tanta confusão. O mundo dela é sempre tão em paz, tão calmo e tão... sozinho. É como se ela perdesse a noção do tempo e do espaço. As coisas apenas acontecem e ela não se dá conta. A vida passa e ela não repara. As horas correm e ela nem sai do lugar. Ela se sente como se estivesse congelada enquanto tudo está como deveria estar. As pessoas continuam com seu ritmo cansativo de sempre, os buzinas ainda fazem um barulho irritante, os saltos das mulheres que trabalham ainda batem no chão da rua fazendo aquele "toc toc", as pessoas ainda gritam umas com as outras, a vida lá fora continua a mesma confusão e correria de sempre. Ela se sente deslocada, acha que não pertence a lugar nenhum na verdade, que é uma estranha em sua própria realidade.Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1796512300963016408.post-29124337508645405282011-05-02T16:40:00.000-07:002011-05-02T16:40:59.464-07:00EscuteUma de minhas maiores perdas foi você ter ido. Sei que eu posso te ver nas férias, te ligar quando quiser, mas ainda não tem como negar que você se foi. De alguma maneira. Você está distante de mim em todos os sentidos possíveis. Não apenas por estarmos longe em questão de quilômetros, mas por nos distanciarmos cada dia mais. Te dói muito saber disso, mas saiba que dói muito a mim também. Eu queria sentir o seu abraço e a sua presença todos os dias. Mas eu não sei, é tão estranho pensar em estar contigo todos os dias, já que eu me acostumei a estar sempre tão sem você. Eu me acostumei com a falta que você me faz, com os apertos no peito sempre que penso nos momentos bons que passei ao seu lado, da tristeza de ter te visto partir. Pensava que seria por um ano, mas já passou de um ano faz alguns anos. Já chorei muito. Já quis que você voltasse inúmeras vezes. Já desejei que tudo por aí fosse ruim para que você lembrasse que aqui seria melhor. Mas nada adiantou. Já te liguei pra brigar, pra dizer que estava com saudades, pra dizer com aquela minha maneira sempre tão superficial que te amo. Mas me conformei. Apenas. O conformismo é sempre um desastre, mas eu tinha que escolher entre isso ou o mais desastroso ainda: sofrer e fazer drama. Mas é claro que a segunda opção não se encaixa no meu perfil sempre tão forte e sempre tão "estou muito bem, obrigada". E como eu sempre busco não contrariar meus princípios, eu optei por apenas ignorar a sua ausência. Me tornei fria, sim. Me tornei ainda mais superficial em questão de sentimentos, sim. Me tornei mais desconfiada, sim. Me tornei várias outras coisas nem tão boas assim, sim. Mas pelo menos, uma coisa ainda não deixei de fazer. Aliás, essa é uma coisa que eu quero sempre fazer. Será sempre a minha escolha final, pois eu ainda tenho uma última coisa pra fazer. E essa coisa é sorrir. É passar por cima de qualquer angústia, medo, insegurança, saudade, levantar a cabeça e sorrir. Porque se tem gente que sofre bem mais do que eu e ainda consegue sorrir, por que eu não posso? Sim, e eu posso. E me permito. <br />
Não, não, mas antes de terminar e colocar um ponto final neste texto, ainda tenho uma última coisa pra fazer. Não me importo de sempre repetir essa frase, e você achar sempre tão sem-graça e irritante (pelo menos é isso o que você diz), mas eu te acho um chato e eu te amo muito, <strong>Pai</strong>.<br />
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<em>Bloínquês. 65ª edição conto/história - Tema: Eu ainda tenho uma última coisa pra fazer.</em>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/04289489122813362566noreply@blogger.com10